Este lugar
Já não me faz lembrar
Dos momentos que esperei
Dos segundos que perdi
Se o ar que eu quero respirar
Não vai me fazer bem
Prefiro ficar mal
Ser o que eu sou
Vi pessoas partirem
Como o dia que amanhece e escurece
Sem agente perceber
Todo o tempo do mundo
Já não basta mais se o segundo que eu quero
Não chegar
Eu me desculpei
Segredos que guardei
Mentiras que escondi
Por querer o seu bem não te contei
Não te contei
Pessoas diferentes
No mesmo lugar
Tentam ser alguém
Em que um dia vão lembrar
Vão lembrar
quinta-feira, 31 de julho de 2008
segunda-feira, 28 de julho de 2008
naite waratte tsunaida kono te wa
subete no kotoba ni makenai yakusoku
anata to deaeta akane no sora ni
hora ano hi to onaji koto wo negau yo
assim
nós rimos e choramos e estes juntou as nossas mãos
É uma promessa que transcende todas as palavras
ao pôr-do-sol céu eu encontrarei pela primeira vez em você
Rezo para as mesmas coisas que eu fiz nesse dia
sábado, 26 de julho de 2008
Precisa-se de um amigo
Não precisa ser homem, basta ser humano,
basta ter sentimentos, basta ter coração.
Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir.
Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaros,
de sol, de lua, de canto, dos ventos
e das canções da brisa.
Deve ter amor, um grande amor por alguém,
ou então sentir falta de não ter esse amor.
Deve amar o próximo e respeitar
a dor que os passantes levam consigo.
Deve guardar segredo sem se sacrificar.
Não é preciso que seja de primeira mão,
nem é imprescindível que seja de segunda mão.
Pode já ter sido enganado,
pois todos os amigos são enganados.
Não é preciso que seja puro, nem que seja de todo impuro,
mas não deve ser vulgar.
Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e,
no caso de assim não ser,
deve sentir o grande vazio que isso deixa.
Deve ter ressonâncias humanas,
seu principal objetivo deve ser o de ser amigo.
Deve sentir pena das pessoas tristes e
compreender o imenso vazio dos solitários.
Deve gostar de crianças e lamentar
os que não puderam nascer.
Que saiba conversar de coisas simples,
de orvalho, de grandes chuvas
e de recordações da infância.
Precisa-se de um amigo para não enlouquecer,
para contar o que se viu de belo e triste durante o dia,
dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade.
Deve gostar das ruas desertas, de poças de água
e dos caminhos molhados, de beira de estrada,
de mato depois da chuva,
de se deitar no capim.
Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver,
não porque a vida é bela,
mas porque já se tenha um amigo.
Precisa-se de um amigo para se parar de chorar.
Para não se viver debruçado no passado
em busca de memórias perdidas.
Que bata nos ombros sorrindo e chorando,
mas que nos chame de amigo,
para se ter consciência de que ainda se vive.